Rotten Apple

Primeiramente, gostaria de pedir perdão pela demora que tem sido presente nas ultimas atualizações. A vida não anda fácil pra tia Suz =/

Hoje o dia não foi dos melhores, mas eu precisava tirar o atraso de Rotten Apple, ou teria um treco. Tava morrendo de saudade ;-;

Não reparem na inexperiencia do Gyu, afinal, ele nunca fez isso >_<
Enfim, obrigada pelos comentários, pelo carinho e pela paciência. Vocês são os melhores!

Beijos e boa leitura!

Sessenta e Seis

“Eu te amo, Kim Sunggyu.”

Aquelas palavras invadiam meus ouvidos e tocavam cada pequeno pedaço do meu ser. Como se fossem capazes de buscar toda a dor que algum dia senti e a desfizessem completamente. Eu o fitava longamente, tentando não me perder entre seus olhos sinceros e profundos. Tentando não me mostrar ainda mais frágil. Mas o que fazer diante daquilo?

Ah, minha maçã. Minha preciosa maçã! Eu já não sentia sua sombra me cobrir. Já não precisava de algo que me fizesse alcançá-la. Era como se meus braços fossem longos o suficiente para colhê-la. Como se minhas mãos a pudessem circundar, puxá-la para mim e não permitir que nada mais a machucasse. Que nada mais a apodrecesse. Como se eu pudesse tirar dela tudo o que pudesse feri-la, colocá-la sobre um cesto e vê-la resplandecer com toda sua força.

Eu jamais a deixaria sozinha novamente. Não permitiria que caísse. Que a vida a mordesse e deixasse-a escurecer com o tempo.

Minha maçã seria somente minha.

Ele me amava. Talvez não como eu o amasse, mas ainda assim era amor. Eu podia sentir em seus olhos, na ponta de seus dedos trêmulos que seguravam meu rosto. No sorriso fraco, porém brilhante, que adornava seus lábios. Era como se tais palavras não fossem apenas para mim, mas para ele. Como uma liberdade a qual ele acabava de experimentar. Como abrir os braços no topo de uma montanha e sentir a brisa acariciar os cabelos. O topo da montanha onde sua macieira o aprisionara.

“Woohyun-ah…” Sussurrei, sentindo a ponta de seu indicador roçar meus lábios. Como se não me permitisse dizer nada. Ele endireitou-se sobre o travesseiro e sorriu outra vez. Podia ver seus dentes retos e brancos iluminarem seu rosto.

Logo seus dedos delicadamente acariciavam meus lábios. Como se pudesse sentir o sabor deles com a ponta de suas falanges. Não havia momento em que Nam Woohyun ficasse mais lindo, que quando me observava. Como se eu fosse a coisa mais preciosa diante dele. Sorriu com lábios apertados e desceu a mão até meu queixo, fazendo-me inclinar sobre ele.

“Eu amo você, Gyu-ah. A forma como você me olha, como parece não existir nada além de nós dois quando estou assim, tão perto de você…” Me fitou como se tentasse perscrutar minha alma vagarosamente. “E eu não quero desperdiçar mais nem um segundo quando estou perto de você.”

Antes que eu pudesse dizer a ele tudo o que desejava dizer… Antes que pudesse retribuir suas palavras e dizer o quanto eu também o amava, Woohyun inspirou profundamente e ergueu-se um pouco, alcançando meus lábios. Era um selar intenso, como se desejasse sugar meus lábios para dentro dos seus com a pouca força que tinha.

Endireitei o travesseiro sob suas costas e inclinei-me mais, para que ele pudesse se deitar. Sua boca não se descolara da minha, no entanto. Seus dedos buscavam desesperadamente pelos poucos fios de cabelo em minha nuca, como se desejasse intensificar o beijo. Woohyun ainda tinha apenas os lábios colados aos meus, mas podia sentir o gosto de creme dental neles. Podia sentir o calor de sua respiração resvalar e se misturar à minha.

Ele estremecia sob mim. Como se seu corpo fosse inesperadamente ligado a uma corrente de energia. Movi-me sobre ele e deitei-me ao seu lado, virando-o para mim. Senti seu braço livre acariciar a lateral de meu corpo, enquanto a outra mão permanecia em minha nuca. Eu não podia fazer nada além de acariciar seu rosto enquanto penetrava lentamente minha língua em sua boca.

Woohyun soltou um gemido baixo ao sentir nossos músculos roçarem. Tentava manter o controle, inspirando com toda a força que existia em seus pulmões. Quando notei que o beijo era intenso demais para ele, mordisquei seu lábio inferior e separei o beijo, fitando-o em seguida.

Tinha os olhos cerrados e um sorriso bobo em seus lábios. Ele respirava pesadamente, como se quisesse ter de volta o fôlego para continuar o beijo. Já eu, não estava certo se queria observá-lo ou provar dele novamente. Deslizei a ponta de meu nariz sobre o dele e colei a maçã do meu rosto sobre a sua. Acariciei sua orelha com meu rosto, abracei-o, aconcheguei seu corpo magro no meu.

Beijei-lhe o lóbulo, a bochecha levemente avermelhada, entre os olhos. Desci vagarosamente sobre seu nariz, rocei o meu sobre ele novamente, mordisquei-lhe a ponta do queixo. Woohyun sorria, ainda com os olhos fechados, e eu deslizei minha mão sobre seu cabelo curto, sentindo-o espetar minha palma. Continuava tão lindo como sempre fora. Tão perfeito quanto sempre fora para mim.

“Eu te amo tanto…” Sussurrei sobre seus lábios. Ele os entreabriu e não pude conter a vontade de encaixar os meus nos seus. “Tanto que, se eu precisasse passar por isso de novo, eu o faria sem pensar duas vezes.”

“Shh Sunggyu-ah… Me beija.”

Envolvi seu rosto com minhas mãos e colei meus lábios sobre os dele novamente. Woohyun me beijava com paixão, como se tivesse se preparado para aquele momento. Mordiscava-me, sugava-me a língua, puxava-me para si com o braço envolto em minha cintura. Parecia ganhar forças com o beijo, como se eu lhe soprasse vida através de nossas bocas.

Sentia meu corpo se aquecer, como daquela vez em meu quarto, e o dele colava-se ainda mais ao meu. Num impulso, me vi desabotoando-lhe a camisa do pijama, minha boca provando da pele alva de seu queixo, pescoço, clavículas. Buscava por seu corpo como um náufrago busca por resgate. Beijava-o como se fosse um banquete precioso. Sentia a pele fina e tenra sob meus lábios e não me importava com seus dedos puxando-me os fios curtos de cabelo.

Woohyun soltava pequenos e tímidos grunhidos, como se não fosse ele o primeiro a me tocar, meses atrás. Parecia querer retribuir, mas eu era a pessoa grata naquele momento. Eu desejava dar a ele o que nunca havia entregado a ninguém. Meu desejo, minha paixão, minha vontade de fazê-lo feliz não apenas estando ao lado dele.

Quando alcancei-lhe o umbigo, notei os ossos de seus quadris. Protuberantes, delineados. Quase que cobertos pela calça do pijama. Eu não me lembrava de havê-los visto daquela forma. Ele havia mesmo perdido peso desde então, e eu tinha medo de machucá-lo. Ergui meus olhos e Woohyun parecia suplicar para que eu não me detivesse ali.

Acariciei seu membro ainda sob o tecido, e ele não parecia tão rijo quanto da primeira vez que nos tocamos. Eu não me importava, era impossível que ele ostentasse uma ereção plena naquele estado de saúde. Ainda assim, ele fazia meu corpo petrificar em êxtase.

Senti-o entre os dedos. Acariciei-o até alcançar sua glande e ele arqueou-se sobre o colchão. Eu não sabia ao certo o que fazer, ou como começar. Mas seus olhos pareciam me ditar uma direção, um caminho que deveria traçar até ele. Descobri-o e o tomei entre meus dedos. Movia-o lentamente, ouvindo-o gemer baixinho em aprovação. Seus dedos se apertaram entre meus fios, e aquilo parecia ser uma espécie de pedido.

Mordisquei o lábio inferior antes de aproximar-me mais. Seu cheiro era embriagante, intenso, delicioso. Beijei-lhe a glande, mesmo não fazendo ideia do que era aquilo, e gostei do sabor que invadiu meus lábios. Woohyun moveu lentamente os quadris e soltou meus cabelos. Suas mãos seguravam o lençol, como se temesse cair. Rocei a língua sobre ele e um gemido mais alto invadiu meus ouvidos. Quando o fitei mais uma vez, podia ver expectativa em seus olhos.

Sua reação ditava meus movimentos. Sem receio, o deslizei para dentro de minha boca e suguei levemente seu membro. Mesmo que não totalmente ereto, podia senti-lo pulsar em minha língua. Gostava da sensação de tê-lo assim, tão intimamente. Meu membro parecia responder às suas reações como se fosse eu a receber tais carícias. Toquei-me e tentei de alguma forma dar-lhe a atenção que tanto queria.

Por menor que fosse minha experiência, me tocava enquanto sentia sua glande entre meus lábios, minha língua. Woohyun movia os quadris para frente e para trás, como se desejasse se aprofundar em minha boca, e eu tentava não desviar meus olhos dele.

Nos fitamos por um tempo que eu não sabia precisar. Tempo era algo irrelevante quando nossas íris se encontravam. Ele sorria, mesmo que tivesse a boca aberta, filtrando o ar que parecia se recusar a entrar-lhe nos pulmões.

“Ah… Kim Sunggyu…” Ele sussurrou, voltando a segurar meus cabelos. Apesar da certa força que exercia sobre eles, não me incomodava. Eu apenas queria sugá-lo mais, sentir seu sabor e seu cheiro empertigar-me completamente.

Sentia-me um tolo, acreditando que fazia tudo da forma certa, sendo que não conhecia aquela sensação. Não daquela forma. Empolgava-me com meu membro, masturbando-o com tanta força que chegava a machucar, mas aquilo não importava. Tanto que não demorou até que sentisse minha mão molhar com meu próprio gozo.

Desviei meus lábios dele apenas para ver o que acabara de fazer, e puxei o elástico de meu pijama. Deitei-me novamente, abaixando um pouco mais a calça de Woohyun, e o masturbei calmamente. Observava minha mão subir e descer por seu membro que parecia enrijecer-se mais. Ele sorria, me olhando como eu costumava olhá-lo quando o amava sozinho. Beijei-o novamente, voltando a colocá-lo entre meus lábios.

Seus gemidos eram para mim como música aos meus ouvidos. Tão graves e ao mesmo tempo suaves, como um canto de amor entoado pelos apaixonados. Nós estávamos apaixonados, afinal.

Eu estava apaixonado por ele. Completamente. Entregue como uma criança que segura firme a mão de sua mãe quando a vê depois de haver se perdido. Eu entregava minha vida, meu coração, meu destino nas mãos de Woohyun. E eu não via o futuro. Naquele momento não se passava por minha cabeça o fato de que ele poderia me deixar a qualquer momento. Eu tinha plena certeza de que em mim, ele estaria vivo para sempre.

Quando ouvi seu gemido mais alto e intenso, o fitei para admirá-lo naquele momento. Ele parecia estar em outra dimensão. Preso a uma sensação que eu desejava ardentemente experimentar, mas não me importava em esperar por ela.

Woohyun me fitou e tocou meu braço, tentando de forma falha me puxar para si. Num impulso, deitei-me sobre ele e senti seu membro roçar pela camiseta do meu pijama. Senti também o calor de seu gozo me molhar assim que nossos lábios se tocaram. Uma mistura de creme dental e seu sabor único, num beijo tão apaixonado quanto o primeiro.

Ele ainda movia os quadris sob os meus, como se desejasse que aquele momento continuasse para sempre. Enquanto eu o tivesse em meus braços, tudo seria eterno.

“Obrigado por existir, Nam Woohyun.” Sussurrei sobre seus lábios enquanto sentia suas mãos acariciarem lentamente minhas costas. Era minha vez de agradecê-lo. “Obrigado, porque você vai sempre existir dentro de mim.”