Rotten Apple

Olá gente.
Eu tinha tantos planos, tantas coisas, tanta animação pra continuar a fic… E o Hoya saiu. Fiquei muito abalada, mesmo não tendo acompanhado Infinite nos útlimos 4 anos. Eu posso ter me afastado, mas o amor por esses 7 pimpolhos não acaba. E vai continuar. Mesmo que agora sejam 6, continuam 7 dentro do meu coração. Espero apenas que eles sejam felizes e se realizem. A vida é mais que um grupo, é mais que sucesso. Eles são jovens e espero que possam experimentar isso. Boa sorte pros meninos, boa sorte pro Hoya nesse caminho solo. Não quero mais que amor pra eles.
E bom, não vou desistir da fic por isso. E, se por ventura algum dia eu escrever de novo, sinto muito Lee Hodong, você ainda fará parte. (mas chateada que meu yadong tá morto, Dongwoo nao precisava dar unfollow ;-;)
Bem, aqui está mais um capitulo e to envergonhada pela demora, mas eu tava de luto pelo meu OT7, por favor, me entendam.
Eu queria terminar a fic antes de viajar, porque em dezembro nao terei tempo algum pra escrever, já que vou visitar a terra natal de Sunggyu e Howon… mas pretendo terminar a fic até o final do ano. Não posso arrastar RA até 2018.
Bem, é isso. E não pensem que odeio MyungYeol. Eu amo os 7 com todo o meu coração. Só preciso de vilões TT.
Boa leitura!

Setenta e Três

 

Depois de quase dois meses, Sungjong reapareceu. Segundo ele, houve um problema familiar e precisaram ir para Gwangju com certa urgência. Ele não se explicou muito, mas parecia bastante abatido. Era como se uma força tivesse sugado a energia contagiante daquele garoto. Por mais que só nos falássemos por telefone desde então, eu podia sentir que ele não estava bem. Perguntou por Woohyun, ficou feliz com a notícia, mas não estendeu muito a conversa. Eu sentia falta do meu amigo.

A doação de sangue fora tranquila. Dongwoo me acompanhara no dia em que doei, e me tranquilizou quanto ao futuro. Por mais que ele mesmo não estivesse tão feliz, ainda era meu melhor amigo e capaz de me colocar um sorriso no rosto. Há poucos dias, ele recebera a notícia de que o intercâmbio de Howon finalmente fora aprovado e ele estudaria o último ano escolar nos Estados Unidos. Sabia que aquilo o machucava pois ele não poderia acompanhar o amor de sua vida, mas não conseguia fazê-lo ficar animado. Por mais que o amor entre eles seja forte e que ele espere por Howon, a distância pode machucar.

Hyunhee, por sua vez, estava radiante. Finalmente seu destino com Boohyun hyung parecia definido. Ele conseguira por um fim em seu antigo relacionamento e esperava que ela completasse sua maioridade pra assumir seu relacionamento. Eu estava animado e feliz por, finalmente, ver minha querida amiga feliz e amada. E, ao mesmo tempo, desejava poder experimentar aquilo.

Woohyun poderia atingir sua maioridade, mas nosso relacionamento jamais seria aceito em sua família.

Aquele era finalmente o dia da cirurgia. A medula havia sido extraída do meu sangue e estava pronta para ser transplantada. Como de costume, acompanhei Woohyun e sua família até o centro médico, o vi entrar na sala do pré operatório e esperei. Esperei por longas quatro horas até o início do transplante.

Ele não seria longo, tampouco complicado. Segundo o cirurgião, era parecido a uma transfusão de sangue e demoraria cerca de duas horas. A medula de Woohyun estava destruída, devido ao tratamento da químio, e ele receberia a minha, retirada do meu sangue. Essa era uma responsabilidade que eu, sinceramente, não esperava receber. Saber que eu estaria dentro de suas veias, me unindo ao seu corpo de forma tão profunda e íntima, me fazia suportar firmemente aquele momento.

Momentos antes, aquela seria a última vez que veria seu rosto em algum tempo. Mesmo após o transplante, Woohyun permaneceria internado por algumas semanas, em regime de isolamento. Vai estar muito suscetível a infecções e, mesmo que seja solitário e terrível, ainda prefiro ficar distante e esperar que se recupere. Só um pouco mais até que eu possa vê-lo novamente. Até que possamos viver nossas vidas como se toda essa dor jamais tivesse existido.

Boohyun hyung vez ou outra caminhava pelos corredores da recepção. Parecia nervoso, ansioso. Eu estava igualmente ansioso, mas não ousava demonstrar. Ao ver sua família tão apreensiva, me sentia apenas grato pela oportunidade de também estar ali. Embora tenha ficado afastado deles, poder esperar por notícias no hospital me tranquilizava um pouco.

Ainda assim, meu coração estava com Woohyun, onde quer que o procedimento acontecesse. Com apenas fechar os olhos, podia imaginar meu amado. Era difícil suportar a espera. Queria poder estar lá dentro, ao seu lado, segurando sua mão. Dizendo a ele que, não importa o que aconteça, estarei ali com ele para o que der e o que vier. Queria poder dizer o quanto o amo e o quão feliz sou por estar ao seu lado.

Mas eu só podia esperar.

Passadas as duas horas, o doutor caminhou sorridente até os pais de Woohyun. Eu, como se todas as forças de meu corpo fossem exauridas, não pude me mover. Observava-o gesticular enquanto explicava tudo à família Nam, e respirei aliviado ao ver a mãe de Woohyun abraçar Boohyun hyung com entusiasmo.

O transplante fora um sucesso.

Soube assim que a mãe de Woohyun correu em minha direção e me abraçou com entusiasmo, beijando meu rosto e agradecendo por aquele momento. Eu finalmente me sentia aceito. Não com a ilusão de que eu poderia viver minha vida ao lado dele sem restrições, mas com a certeza de que, de alguma forma, fiz parte daquilo. Pude ser capaz de conquistar, mesmo que um pouco, a confiança daquela família. Eu não poderia desperdiçar aquilo.

Eu não podia desperdiçar a sensação de alívio que cobria meu corpo e meu coração ao saber que, mesmo depois de todo o sofrimento, todo o desgaste e todas as circunstâncias, aquela fase inicial havia acabado. Todas as lágrimas que derramamos ao longo daqueles meses pareciam ser secadas com gentileza, como uma bênção dos céus por não perder a esperança, mesmo depois de tantas provações.

Woohyun em breve estaria pronto para toda a vida que se estendia diante dele. Estaria preparado para o futuro e para o que o futuro reservava para si. Naquele momento, só conseguia pensar no quão bom era saber que ele poderia ser curado. Em como aquilo era importante e sempre seria, pois a parte apodrecida de minha maçã havia sido extirpada.

Isso era tudo o que desejava acredtiar.

axeau

Os pais de Woohyun me convidaram para jantar com eles e comemorar o sucesso do transplante. Por mais difícil que fosse, os acompanhei. Era estranho estar em um restaurante com a família de Woohyun, mas não estar com ele. Sabia, no entanto, que em breve poderíamos comemorar todos juntos.

Fomos a um restaurante tradicional próximo à sua casa e, depois de alguns pratos e shots de soju, me despedi e segui a pé para minha casa. Descia aquela rua que percorri por tantos meses pensando no olhar triste do meu amado, olhando para o céu e me sentindo grato por todas as estrelas que se estendiam diante de mim. Elas tinham um brilho especial, e eu não conseguia não sorrir em gratidão. Finalmente, depois de tanto tempo, as coisas pareciam se encaixar.

Enquando andava, todas as vezes em que caminhei por aquelas calçadas esperando que pudesse ver Woohyun em sua sacada se passavam por minha mente. O visualizava observando as estrelas. Me lembrava da vez em que escapamos para dormirmos juntos na casa de Dongwoo. De quando ele foi corajoso o suficiente para vir até minha casa. A primeira vez que conhecemos o corpo um do outro. O primeiro toque… O primeiro beijo na piscina da escola.

Todas aquelas lembranças preciosas, como uma promessa do que estaria por vir assim que ele se recuperasse. Assim que pudesse ter a vida normal que ele merecia.

Ao me aproximar de casa, no entanto, notei alguém diante do meu portão.

O álcool me deixava leve, mas aquela presença parecia puxar-me para baixo assim que reconheci a figura parada, empertigada, como se me esperasse.

Kim Myungsoo.

Tentava entender o porquê dele estar alí, olhando copiosamente para minha casa como fazia antes com a casa de Woohyun, e não pude evitar uma onda de raiva invadir meu corpo.

“Ya! O que você faz aí, seu imbecil?” Gritei, sentindo a cabeça girar.

“Sunggyu…” Ele sibilou, o rosto baixo como se estivesse envergonhado.

“O que você quer?!” Gritei mais alto e ele se sobressaltou.

“Precisamos conversar… Eu preciso… como Woohyun está?”

Aquela pergunta acendeu em mim um ódio que não sabia existir dentro de mim. A fúria era tamanha que me aproximei dele, segurando a gola de seu casaco e o empurrando contra o portão. Quando a cabeça dele se chocou contra o metal, o barulho parecia me enfurecer mais ainda.

“Como ousa perguntar como Woohyun está?”

“Eu… eu…” ele grunhiu, os olhos semicerrados, como se sentisse culpa.

“Você o abandonou, Myungsoo-yah! Você deu a ele um pouco de esperança e depois desapareceu. Você nos deixou na lama, acreditando que não havia esperança alguma. Como ousa aparecer e perguntar sobre ele?” O empurrava copiosamente contra o portão, mas ele não oferecia resistência alguma.

“Eu não o abandonei… eu…”

“Por que ainda insiste em se explicar? Nós te esperamos. Nós ficamos feito idiotas naquela clínica esperando por você. Ele queria conversar contigo. Ele queria te perdoar, Myungsoo. Por que fez isso?”

Eu não notara que, enquanto cuspia as palavras diante dele, enquanto empurrava-o contra o portão e o machucava, eu chorava. Senti as lágrimas quentes molharem meu rosto enquanto a fúria me consumia e me fazia parecer ainda mais embriagado. Myungsoo parecia me entender. Ele não levantara seus braços. Não se movia. Apenas me fitava de volta.

“Eu… Aconteceram muitas coisas naquele dia. Coisas que você não entenderia…”

“Como quer que eu entenda? Você o fez esperar. O fez pensar que ele morreria porque não teria o transplante. Mas que bom que fez isso. Agora ele tem a mim. Não precisa mais de você!” O soltei enojado, como se tivesse tocado o cadaver abandonado de algum animal.

“Eu ainda o amo, Sunggyu… Você pode achar que é mentira, mas Woohyun sempre será a melhor parte de mim.”

Aquela frase… aquela simples frase fora o suficiente para acabar com o que restava da minha sobriedade. Antes que ele pudesse continuar, antes que pudesse dizer qualquer coisa sobre Woohyun ou seus sentimentos, desferi o primeiro soco em seu rosto. O atingi no nariz e ele se abaixou, tentando se defender. Mas nada, nem mesmo ele, que era mais ativo que eu, poderia me deter.

Como se alguma força que não conhecia me invadisse, golpeei Myungsoo repetidamente. Em seu rosto, seus braços, suas costas. Ele não oferecia resistência alguma. Como se soubesse por que recebia tais golpes, como se aceitasse que merecia aquilo.

Eu, por outro lado, parecia embevecido pelo excitamento. Não notei até que ele caíra ao chão e comecei a chutá-lo, até que alguém me segurasse por trás.

“Sunggyu-yah! Seu maldito!”

Era a voz de Sungyeol. Ele me levantara do chão, tentando me afastar de Myungsoo. Por mais que eu me debatesse, ele parecia forte o bastante para me segurar. Sungjong então surgiu, tentando ajudar um Myungsoo ensanguentado e caído na calçada.

“Hyung! Por que fez isso?” Ele perguntou consternado, me encarando enquanto ajudava Myungsoo a se levantar.

“Então está do lado dele, Sungjong?” Perguntei enquanto tentava me safar de Sungyeol. “Você desapareceu junto com ele quando tudo aconteceu… Você o ama, claro.” Cuspi ao dizer tal coisa. As palavras pareciam amargar minha boca. “Você faria qualquer coisa por ele, não é mesmo? Até abandonar Woohyun!”

“Não foi isso, hyung, você sabe como me sinto!” As lágrimas começavam a surgir nos olhos de Sungjong. Parecia consternado, magoado. “Não tive outra escolha, eu já te disse isso.”

“Não quero saber!” Gritei, soltando-me de Sungyeol, que estranhamente estava calado até então.

“Sungjong-ah! Vá embora e leve o L com você!” Ele gritou, parecendo fatigado.

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, Sungyeol me atingiu no olho direito. Senti o mundo se apagar por alguns segundos, a visão escurecendo e clareando a uma velocidade que o álcool em meu sangue parecia multiplicar. Antes que pudesse me defender, ele repetiu comigo o que eu havia feito a Myungsoo momentos antes.

O que Sungyeol não esperava, era que a raiva e o embevecimento fossem capaz de me despertar naquele momento. Não contava que eu revidaria e não demorou até que fossemos braços e pernas atingindo um ao outro no meio de minha calçada. Uma mistura de socos e gritos. De xingamentos que não acreditava ser capaz de proferir. E quanto mais Sungyeol me golpeava, mais me sentia incitado a surrá-lo. Estranhamente, por mais que meu corpo se enfraquecesse, eu não sentia qualquer dor. Era como se os golpes fossem amortecidos de alguma maneira. Poderia continuar aquilo por horas e talvez não perceberia. Só desejava descarregar minha frustração naquele que parecia sentir prazer em dificultar minha vida.

Não demorou até que minha mãe surgisse no portão, assustada, tentando de alguma forma parar aquilo tudo, entender o que acontecia e dissipar os vizinhos que se juntaram para observar o espetáculo. Só voltei a mim ao ouvir o giroflex de um carro de polícia. Até que apaguei de vez, ao receber o último golpe de Sungyeol.

Que tal mandar um alô pra tia Suz? xD