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Vinte e Cinco

Meus pés não o alcançaram a tempo. Woohyun balançou o corpo para frente e, segundos depois, tombou. Só consegui me aproximar quando ele já estava caído no chão frio e molhado do ginásio. Me ajoelhei em desespero diante dele e o puxei contra meu corpo. Ele estava frio, o rosto pálido e os lábios arroxeados. Vê-lo daquela forma me deixava angustiado, pois eu não conseguia pensar em nada, só podia manter meus olhos presos naquela expressão sem vida.

No entanto, não demorou até que Woohyun voltasse a si e entreabrisse os olhos, um pouco confuso. Respirei profundamente e agradeci aos céus por ele haver acordado, eu não estava pronto para aquela quantidade de emoções em um só dia. Apoiei sua cabeça em minha perna e acariciei seu rosto, numa tentativa de devolver-lhe o calor.

“O que houve?” Ele uniu as sobrancelhas e me encarou. Estava completamente perdido.

“Você desmaiou, não se lembra?” Afastei os cabelos de seu rosto e tentei parecer menos preocupado. Woohyun estava estressado, havia passado por tantas coisas em um dia só, que talvez fosse normal haver apagado tão inesperadamente.

“Não… Eu… Por que estou no seu colo?”

“Eu não ia te deixar no chão, Namu.” Antes que eu dissesse algo, ele se sentou, bagunçando os fios.

“Obrigado, Gyu.” Ele moveu a cabeça em minha direção, mas não me fitou. Eu começava a sentir algo estranho, um clima que nunca havia se instaurado entre nós. Por mais que Woohyun me ignorasse no começo, ele nunca havia agido daquela forma.

Eu começava a me preocupar por nossa situação. Woohyun agia como se não houvesse correspondido ao beijo minutos atrás, como se nada houvesse acontecido. Como ele podia ser tão frio? Eu confesso que era um completo zero à esquerda quando se trata de relacionamentos, que nunca havia beijado alguém por beijar, mas talvez eu não fosse esse tipo de cara. Eu não beijaria alguém apenas por impulso, por algo de momento. Fosse eu um desses, já teria beijado todas as garotas – talvez até garotos – do colégio, e seguiria minha vida como um cara normal.

Quem sabe eu fosse apenas uma criança apaixonada. Uma paixão unilateral, que jamais seria correspondida.

Antes que eu me deixasse invadir por aqueles pensamentos, levantei-me e ofereci minha mão à Woohyun. Ele se levantou e apoiou-se em mim, e logo o levei à enfermaria. As pessoas ao nosso redor estavam tão encantadas com as apresentações de nado sincronizado, que ao menos notaram que ele havia desmaiado.

Quando estávamos na enfermaria, e a bolsa de soro estava quase pela metade, a enfermeira que nos atendeu se aproximou com um prontuário em mãos e uma expressão preocupada em seu rosto. Ela observou o relógio em seu pulso e moveu a bolsa, certificando-se de que o soro estava descendo corretamente.

“Se sente melhor, Woohyun?” Ela perguntou, voltando a anotar algo na prancheta.

“Um pouco.” Ele respondeu baixinho. Observava a agulha enfiada em sua veia, a forma como ela estava saltada e num tom verde escuro que se contrastava com sua pele pálida.

“Você tomou café esta manhã?” Ele meneou a cabeça, afirmando. “Comeu algo depois da competição?” O sinal era negativo desta vez. “Sentiu algum tipo de tontura depois da competição?”

“Não.”

“Então não notou que ia cair?”

“Uhum.”

“Woohyun, você tem anemia. Não pode ficar longos períodos sem se alimentar. Precisa ingerir alimentos ricos em ferro, tomar seus remédios, cuidar de sua saúde. Não fique sem comer por muito tempo, ok?” Ele moveu a cabeça novamente, e a enfermeira o fitou com preocupação. Não tanta quanto a que me invadia, mas ela continuava a anotar coisas em seu prontuário e me deixava ainda mais curioso. “Logo terminamos e você pode ir embora.” Ela acariciou o topo de sua cabeça e me fitou. “Sunggyu, fez muito bem em trazê-lo para a enfermaria. O acompanhe até sua casa, ele vai se sentir fraco nas próximas horas.”

“Ok.” Respondi, tentando refrear minha língua. Eu estava cada vez mais tentado a enchê-lo de perguntas, mas não seria ainda mais intrometido.

“Já volto para liberá-los.”

Ela saiu da sala, e eu me sentei na cadeira ao lado da dele. Woohyun desviou os olhos, mas eles apenas alcançaram meus joelhos e voltaram à sua veia. Por mais que todas as palavras se unissem e formassem frases em minha mente, elas não sabiam como começar e me deixavam confuso. Optei por apenas estar ali, mostrar-lhe que quando eu dizia que ficaria ao seu lado, estava realmente disposto a cumprir tal promessa.

Suspirei mais alto do que deveria, e toquei seu braço. O calor de minha mão fez com que sua pele se eriçasse, e ele desviou os olhos para o chão, ou qualquer lugar que eu não podia precisar. Acariciava-o, mordiscava meu lábio inferior, tentava não pensar em tudo o que havia acontecido e em como eu me sentia um tolo. Meus sentimentos por ele ainda não eram capazes de atingi-lo.

“Se sente melhor mesmo?” Perguntei, e ele moveu a cabeça em afirmação. “Se quiser, podemos passar naquela padaria quando sairmos daqui. O que acha?”

“Melhor não.” Ele respondeu friamente, e eu tirei minha mão de si.

“Mesmo? Acho que seria legal se você esfriasse a cabeça e comesse algo. Podíamos só passar o tempo, conversar um pouco… Se quiser, chamo Dongwoo e Hoya.”

Woohyun me encarou pela primeira vez, desde o incidente. Eu podia ver rancor em suas íris, e não conseguia entender o motivo para aquilo. Os segundos entre o final de meu convite e o momento em que ele abriu a boca para responder pareciam centenas de milhares de anos. Cada átimo entre a espera de suas respostas eram tão longos quanto eu podia suportar.

“Acho melhor eu ficar sozinho.”

“Certeza? Você iria ao menos se distrair.” Insisti, e ele endureceu sua expressão, fazendo-me arrepender de minhas ideias.

“Eu quero ficar sozinho, Sunggyu.”

“Então me deixe ao menos te acompanhar até sua casa. Não vou ficar em paz sem saber se você está bem ou não.”

“Ok.” Ele deu de ombros, encostando-se mais na cadeira.

“Me desculpe por ser tão invasivo.”

“Tudo bem.”

Eu não disse mais nada. Não havia nada que eu pudesse dizer, afinal.

Não quando meu coração parecia se quebrar. Eu sentia os olhos arderem, tentando ao máximo não permitir que eles transbordassem. Não era a primeira vez em que sentia a garganta doer, apertar, sufocar. Mas eu não podia permitir que isso acontecesse diante dele.

Woohyun me rejeitava, eu não precisava ser qualquer expert na vida romântica para perceber. Ele não queria minha presença e, quem sabe, todos os momentos em que passamos juntos fossem somente para aliviar sua solidão. Minha conclusão poderia ser precipitada e idiota, mas o orgulho ferido desta vez era todo meu. Me sentia usado, enganado, bobo.

Mesmo assim, ainda queria estar ao seu lado.

A próxima palavra que trocamos, foi o “até amanhã” que lhe disse quando chegamos ao portão de sua casa. Pensei por várias vezes em lhe mandar um sms perguntando se ele estava bem. Desisti assim que a ideia relampeou em minha mente, eu não deveria insistir tanto. Também pensei em ligar para Dongwoo, mas não estava em meus planos atrapalhar a vida de meu melhor amigo. Algumas dores nós devemos enfrentar sozinhos, eu já era grande o bastante para entender isso.

Ok, eu podia ser um bobo e virgem – de corpo e de vida – mas sabia muito bem entender quando algo não ia funcionar. Por mais que me afogasse numa angustia sem fim, eu devia aceitar de que meu lance com Woohyun não ia funcionar. Poxa, eu não sou idiota. Nos beijamos duas vezes, lhe mostrei todo o meu apoio e interesse, demonstrei de todas as formas possíveis que eu estava à sua disposição. Se ele realmente me quisesse, não seria Myungsoo ou a proibição de seus pais que o deteria. Eu estava mesmo sobrando.

Eu precisava esquecer Woohyun, virar a página, tirar aquele garoto da cabeça. Mas, como eu havia lido em algum lugar, ‘é impossível tirar da cabeça o que não sai do coração’.

Não me custava nada tentar.

No outro dia, tentei parecer melhor quando cheguei ao colégio. Não havia necessidade de dizer que eu havia chorado antes de dormir, como uma garotinha frágil e desconsolada. Havia coisas que me envergonhavam mais do que aquilo, para ser bem sincero. Woohyun era meu primeiro amor, se assim podia considerar, desiludir-me com ele claramente me traria lágrimas. Eu as chorei como se fossem as últimas a transbordarem de meus olhos.

Por sorte, o BBcream de minha mãe me ajudara a me livrar das olheiras escuras e do inchaço, mas minha expressão ainda era de enterro. Tentei sorrir para Dongwoo quando o vi, mas ele logo notou minha tristeza, e eu já previa a chuva de perguntas depois da aula. Olhei de soslaio para Woohyun, e ele meneou a cabeça, me cumprimentando.

Ele estava tão lindo. Os cabelos escuros estavam levemente bagunçados, como se ele não tivesse se importado em penteá-los adequadamente naquele dia. A gravata afrouxada, o colete aberto, escondido por trás do paletó, os tênis desamarrados e os cadarços escondidos dentro deles. Woohyun parecia outra pessoa. A pessoa que eu imaginava quando o observava, no início de tudo. A pessoa por quem eu estava completamente apaixonado.

Engoli a seco a vontade de voltar a me debulhar em lágrimas, e respirei fundo. Eu não podia deixar que os hormônios tomassem conta de mim e me fizessem de bobo diante da sala inteira. Eu não era uma garota, já havia entendido sua chamada e não me deixaria abater. Não como ele havia se abatido depois de sua experiência com Myungsoo, ou o que quer que tenha acontecido.

Ignorei Dongwoo e suas investidas durante todo o primeiro período, e no intervalo me uni a Hoya, já que meu melhor amigo havia desaparecido. Meu mais novo amigo parecia preocupado, como se soubesse de algo e estivesse louco para me contar, mas não sabia como.

“Howon-ah, o que você está escondendo de mim?” O empurrei e ele se desequilibrou – estávamos sentados sobre a última mesa do refeitório.

“Nada, hyung.”

“Não tente me enganar, Hoya. Você não tem papas na língua, pode ir contando tudo.”

“Ok.” Ele deu de ombros, visivelmente incomodado, e se empertigou. “Woohyun chamou Dongwoo para passar o intervalo com ele. Eu não gostei muito disso, hyung.”

“Mas por que não?” Uni as sobrancelhas e o encarei. Suas orelhas estavam tão vermelhas, que pensei que elas iriam cair.

“Woohyun está estranho, Dongwoo também… Aqueles dois… Não sei o que fazer com eles.”

“Por que eles não vieram com a gente?” Me senti curioso, mas ao mesmo tempo não queria saber dos motivos para que eles não viessem.

“Não sei, e também não sei se quero saber, hyung.”

“Ok. Mas é só isso que te deixa assim?” Insisti e Hoya me deu um de seus olhares assassinos. Eu entendia cada vez mais porque Dongwoo gostava tanto dele.

“Na verdade, hyung, é um segredo. Me prometa que não vai contar ao Dong.” Ofereci-lhe o dedo mínimo e ele o envolveu com o seu. “Estou mantendo minha amizade com Sungjong às escondidas. Se Dongwoo descobre, ele termina comigo.”

“Mas se você deu a senha do seu perfil pra ele, como consegue falar com o garoto?”

“Eu dei a ele meu celular, e olha como o nome dele tá no meu.” Hoya me mostrou seu celular, e o numero de Sungjong estava gravado com o nome Soo Joong. Muito esperto de sua parte dar ao garoto um nome feminino. Dongwoo era tão idiota que não perceberia. “Assim ele nunca vai desconfiar. E eu salvo as mensagens numa pasta secreta. Ele nunca vai achar. A menos que…”

“O quê?! Acha que sou tão traidor assim?”

“To brincando, hyung!” Ele bateu em meu ombro e riu. Parecia um pouco menos tenso. “A verdade é que, hyung, eu gosto tanto de você que me arrisco com o maior prazer, só pra te ajudar.” Minha vontade era abraçar Hoya, mas aquilo seria extremamente gay. Mais do que já éramos.

“Obrigado, Hoya!”

“Não tem por onde, hyung. E bem, ontem depois da competição, Dongdong me levou para tomar sorvete, e fomos para a casa dele. Ele queria que eu dormisse lá, mas eu não conseguiria dormir com a cabeça tão cheia de dúvidas e nenhuma resposta.”

“E?”

“E aí eu jantei lá. A mãe dele insistiu para que eu dormisse, mas é estranho demais quando ela me pede. Eu sei que ela meio que odeia meu relacionamento com o filho dela, mesmo que eu tenha certeza de que ela gosta de mim. Enfim, eu me despedi dele e fui para casa o mais rápido possível, só para ligar para o Sungjong.”

“E sobre o que vocês falaram?” A mania de detalhar tudo de Hoya às vezes me irritava bastante.

“Ele me contou tudo. Sobre Woohyun e os outros. Hyung, eu não imaginava tanto!”

“Me conta!”

“Só se me prometer não contar nada a ninguém, ou não agir de forma estranha perto dos outros.” Unimos nossos dedos mínimos novamente, e eu me sentia mais aliviado por não ser o único a agir como uma garota. “Então… O que acontece é que Sungyeol e Myungsoo são namorados.”

“O quê?” Praticamente gritei, engasgando-me em seguida. Eu não conseguia parar de tossir e Hoya tentava bater nas minhas costas, em vão, já que não havia nada em minha garganta.

“Não reaja desse jeito, hyung, essa é a parte melhor.”

“Continua.” Eu ainda tossia, tentando me acalmar.

“Antes do Myungsoo namorar o Sungyeol, Woohyun estava com ele. Sungjong disse que levou um tempo até que eles descobrissem, até porque Sungyeol, Woohyun e Myungsoo eram muito unidos. Como nós somos, hyung. Mas não durou muito. Logo a mãe do Woohyun descobriu e foi aquela bagunça toda que nós já sabemos. Agora Sungyeol e Woohyun se odeiam, e o Myungsoo insiste em querer pedir desculpas a Woohyun. Sungjong não quis falar muito sobre isso, porque ele não sabe a fundo os motivos do Myungsoo, já que o irmão dele fica vinte e quatro horas por dia vigiando o namorado.”

“Nossa, que história. Eu nunca ia imaginar isso.”

“Pois é, hyung. E eu que achava que eu e Dongwoo éramos o único casal gay dessa cidade.”

Eu não pude evitar gargalhar. Essa coisa de homossexualidade era mais normal do que eu imaginava, depois de tudo.

“Enfim, hyung. Foi por isso que tudo deu errado ontem.”

“Faz sentido, eu vi o Woohyun discutir com esse Myungsoo no banheiro, ontem. Não sabia o quão longe essa história havia ido.”

“Sungjong disse que estava confuso, já que ele também gosta de Myungsoo, e ele pediu um tempo pro Sungyeol. Mas ele disse que mesmo que Sungyeol nunca mais o quisesse de volta, ele nunca conseguiria algo com o garoto. E Dongwoo achando que ele estava se atirando para cima de mim.”

“Eu achei que ele estava me cantando também.”

“Mas aquele é o jeito dele. Sungjong é um bom garoto e eu gosto de conversar com ele. Somos da mesma idade, é legal agir normalmente ao lado de alguém que não seja nem hyung nem namorado. Pena que Dongwoo não entende.”

“Acha que Sungyeol e Myungsoo não vão voltar?” Perguntei preocupado, tentando não demonstrar.

“Sungjong disse que não dá dois dias para que eles voltem. Desde que começaram a namorar, eles brigam em um dia, dão um tempo, e logo voltam. Eu não gostaria de ter um relacionamento assim.”

Eu suspirei frustrado, e Hoya colocou a mão em meu joelho, o apertando como se daquela forma pudesse me encorajar. “Hyung, não fique assim.”

“Tá meio difícil, Hoya.”

“Você gosta dele, não é?” Ele abandonou minha perna e acariciou meu ombro, me mostrando seu apoio.

“Mais do que gostaria.” Nos entreolhamos, e meu olhar preocupado se refletia no seu. Howon e eu tínhamos mais em comum do que eu algum dia imaginei. “Ele é a primeira pessoa por quem me interesso, sabe… Não imaginava que algum dia ia gostar de outro garoto. Mas ele é tudo o que preenche meu interior e meu pensamento ultimamente. E é estranho, porque dói imaginar que ele nunca vai ser meu.”

“Não se sinta assim, hyung. Respira fundo e aguente firme. Já te contei quanto tempo levou do meu primeiro beijo com Dongwoo, até aquele cabeçudo ter coragem de confessar que também gostava de mim?” Eu ri para ele e meneei afirmativamente minha cabeça. “Eu morri de ansiedade por meses, insisti até que ele dissesse.”

“Não sei se tenho forças pra isso.”

“Você vai encontrar, hyung. Eu sei que vai.”

Recostei minha cabeça em seu ombro, e, por um segundo, me senti como se eu fosse o dongsaeng. Hoya era mais jovem, mas tinha muito mais experiência que eu, isso era algo que eu jamais poderia negar.

Conversar com ele fora a melhor coisa que fizera naquele dia. Talvez ele me entendesse melhor que Dongwoo. Por falar em meu melhor amigo, não demorou até que ele e Woohyun aparecessem. Ele acariciou o rosto de Hoya e se sentou entre nós dois. Woohyun permaneceu em pé, sem desviar seus olhos de Dongwoo.

Fitei Hoya, e notei o quão incomodado ele estava. Parecia não gostar da aproximação de Dongwoo e Woohyun, e estes dois não paravam de falar sobre coisas que eu não conseguia entender. Howon me devolveu o olhar, e eu podia sentir o quão entristecido ele também estava. Enciumado, talvez? Não havia qualquer motivo para seu ciúme, depois de tudo.

Entretanto, aquela cena se repetiu por toda aquela longa semana. Dongwoo nos abandonou durante os intervalos, só vinha até nós quando eles chegavam ao fim. Hoya já não escondia sua insatisfação, e eu não fazia questão de me arrastar aos pés de Woohyun. Este não parecia lá muito bem.

Na sexta feira, porém, Woohyun não saiu da sala e Dongwoo permaneceu com ele. Hoya me confidenciou o quão estranho seu namorado estava naquela semana, como eles passaram pouco tempo juntos, já que Dongwoo se dignou a passar mais tempo com Woohyun, que inclusive o chamou para ir até sua casa, e depois acompanhá-lo até o médico, já que ele havia se sentido mal novamente.

Me preocupei e ao mesmo tempo me senti mal. Acreditava que era especial por ser o único a ir até sua casa, mas já não era assim. Qualquer companhia era suficiente para ele. Tentei reanimar Hoya e o chamei para sair a sós depois da aula, o que o deixou um pouco mais feliz. Ele se despediu de mim ainda no refeitório, não quis ir até minha sala para falar com Dongwoo. Eu não o culpava, eu também começava a ficar enciumado, mas preferia não precipitar a respeito dos motivos do comportamento daqueles dois.

Mas, quando cheguei à sala de aula e Woohyun voltou à sua carteira sem ao menos me olhar, senti meu coração estremecer novamente. Me sentei e tentei me concentrar em meu celular, meus cadernos ou qualquer coisa que prendessem meus olhos e não os fizesse desviar na direção daqueles dois. O que menos esperava, era que minha distração se tornasse uma armadilha.

Na tela de meu celular, uma mensagem de Dongwoo. “Preciso falar contigo depois da aula.” Meu coração que outrora desejava parar de bater, agora tomava conta de todo o meu corpo. Eu esperava apenas pelo pior.

Que tal mandar um alô pra tia Suz? xD